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Ana Patrícia supera lesão na final e, junto de Rebecca, vence etapa em Aracaju

segundo ouro seguido

8 de abril de 2018

Pódio completo da etapa de Aracaju

(Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

Em Aracaju (SE) – 08.04.2018

A palavra superação definiu a vitória de Ana Patrícia e Rebecca (MG/CE) na manhã deste domingo (08.04), na final da etapa de Aracaju (SE) do Circuito Brasileiro Open de vôlei de praia. Ana sofreu uma luxação no dedo mínimo, mas suportou a dor, voltou ao jogo e venceu Fernanda Berti e Bárbara Seixas (RJ) por 2 sets a 1 (21/16, 20/22, 15/6), em 1h10. A arena na Praia de Atalaia ficou completamente lotada com uma torcida empolgada.

O bronze da etapa ficou com Carol Solberg e Maria Elisa (RJ), que no último sábado garantiram o título geral da temporada 17/18, somando a pontuação dos sete eventos. Elas subiram ao pódio ao vencerem Ágatha e Duda (PR/SE) por 2 sets a 1 (21/14, 19/21, 10/15), em 1h05. Agora, as duplas se preparam para a disputa do SuperPraia, que reúne apenas os times mais bem ranqueados no Circuito Brasileiro, de 26 a 29 de abril, em Brasília (DF).

Ana Patrícia comentou a lesão durante o início do primeiro set, e como conseguiu seguir na partida. Ela ainda recebeu forças da família, já que a mãe, Eugênia, e a irmã mais nova, Ana Beatriz, viajaram de Espinosa (MG) para visitarem a bloqueadora de 1.94m.

“Nunca havia sofrido uma luxação, a dor foi grande, mas a imagem do dedo completamente fora do lugar me assustou. Fico feliz em não ter sido nada mais grave, o Santos (Jorge Santos, fisioterapeuta da CBV) me atendeu muito bem, conseguiu fazer com que eu voltasse ao jogo. Rebecca me ajudou demais, foi muito parceira. Fico feliz em conseguir conquistar esse ouro, especialmente com a presença da minha família”, disse Ana.

Este é o segundo ouro consecutivo de Ana Patrícia e Rebecca (MG/CE), que haviam subido ao lugar mais alto do pódio na etapa passada, em Maceió (AL), no mês passado. A medalha de ouro rende à dupla 400 pontos no ranking geral da temporada, onde elas encerram em terceiro lugar. Elas também recebem um prêmio R$ 45.050,50.

Nesta temporada elas já haviam conquistado uma prata em Itapema (SC) e um bronze em João Pessoa (PB). Rebecca, que chega ao seu quinto ouro em etapas do Circuito Brasileiro, segundo deles ao lado de Ana Patrícia, comentou a vitória e evolução da parceria.

“Estou muito feliz, pois temos uma sequência de etapas jogando bem. Estamos sempre juntas e este título tem um gostinho especial, já que ela machucou o dedo no começo da partida e os familiares dela estão aqui na torcida. Foi muito merecido, quero agradecer a todos que estão conosco, nossas famílias e a nossa comissão técnica. Foi uma situação nova que eu nunca tinha passado e fiquei um pouco desesperada. Acho que isso atrapalhou meu desempenho quando o jogo foi focado em mim. Mas mesmo machucada a Ana foi uma guerreira e conseguiu fazer a diferença, pois ela tem uma qualidade absurda. Ela mais ajudou a mim, do que eu a ela. Este título é todo dela", declarou a defensora cearense.

A disputa de bronze também foi quente, com arena lotada torcendo para a atleta da casa Duda. Mas o bronze foi para as novas campeãs brasileiras, que fecharam a temporada com mais uma medalha no peito. Carol Solberg analisou também a vitória na disputa de bronze. A carioca comemorou a recuperação do time após um início irregular.

“Foi muito especial conseguir terminar esta etapa, onde conseguimos o título geral, com um pódio, uma sensação boa. Sair com uma vitória, especialmente pelo fato de ter sido um jogo duríssimo, começamos mal, sem atuar com nossas características. Foi ótimo ter a lucidez de analisar coisas durante a partida e alterar nosso jogo para o segundo set. Maria Elisa jogou muito bem, fico feliz demais pela medalha, mas principalmente por termos virado um jogo em que não estávamos atuando com nossas características”, analisou Carol.

O Jogo
As campeãs da etapa passada começaram mais ligadas, abrindo 4 a 0 logo no começo do jogo. Quando a partida ainda estava na primeira metade do set, Ana Patrícia acabou sofrendo uma luxação no dedo da mão direita. A jogadora foi atendida pelo fisioterapeuta Jorge Santos, da Confederação Brasileira de Voleibol, e voltou para o jogo.

 O primeiro tempo técnico apontava liderança de Ana Patrícia/Rebecca por 12 a 9 no placar. A partida ficou mais equilibrada e os dois times passaram a manter a virada de bola. Fernanda e Bárbara evoluíram, mas não conseguiram tirar a desvantagem. Em ataque potente na paralela, com a mão lesionada, Ana Patrícia fechou o primeiro set por 21 a 16.

A partida seguiu bem disputada, com Ana/Rebecca abrindo 4 a 2 no começo do segundo set. A bloqueadora mineira voltou a sentir dores e refez o curativo no dedo, mas não desistiu. Na parada técnica, Ana e Rebecca venciam por 12 a 9. Fernanda e Bárbara reagira. Com vários contra-ataques, anotaram pontos seguidos, empataram e viraram: 15 a 13.

Em erros seguidos de ataque de Fernanda/Bárbara, Ana Patrícia e Rebecca retomaram a liderança. O técnico Ricardo de Freitas pediu tempo, tranquilizou a equipe e ajustou a parte tática. E elas reagiram, empatando por 17 a 17 em bloqueio de Fernanda sobre Rebecca. O final do set ficou eletrizante, com Ana/Rebecca salvando um set point, mas Fernanda/Bárbara fecharam o set por 22 a 20 em ataque para fora de Ana.

O tie-break começou com Ana/Rebecca abrindo três pontos de frente. Os times passaram a trocar pontos e o placar foi seguindo com vantagem para as campeãs da etapa passada. Fernanda e Bárbara não conseguiram reduzir, e passaram a errar com maior frequência, dilatando mais a vantagem. Mantendo o ritmo, Ana e Rebecca fecharam por 15 a 6 em ataque de Ana Patrícia, sem bloqueio, após belo rally.

O Circuito Brasileiro é composto por sete etapas, três que foram realizadas em 2017 – Campo Grande (MS), Natal (RN) e Itapema (SC) – e mais quatro neste ano: Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL) e agora Aracaju (SE). Ainda em abril ocorre também a disputa do SuperPraia, que reúne os melhores times da temporada e ocorre de 25 a 29, em Brasília (DF).

A competição distribui R$ 45 mil às duplas campeãs dos dois naipes, e todos os times na fase de grupos são premiados. Ao todo, são quase R$ 500 mil por etapa. A novidade nesta temporada fica por conta da volta do classificatório e do aumento de duplas, passando de 16 para 24 times na fase de grupos da competição.

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