Campinas, SP – Um jovem de apenas 19 anos tem sido uma dos pilares do Vôlei Renata na temporada. O nome pode até ser incomum, mas quando a bola sobe Wítallo chama atenção e é uma das armas do time campineiro para buscar a terceira vitória seguida na Superliga Masculina BET7K nesta sexta-feira (22), quando a equipe enfrenta o Vedacit Vôlei Guarulhos, às 18h30, pela décima rodada do returno do torneio nacional. O duelo terá transmissão do Canal Vôlei Brasil.
O vôlei está no sangue de Wítallo. Desde pequeno, ele acompanhou o pai e o tio nas peladas em Brasília, cidade onde nasceu. O tempo foi passando, o menino que acompanhava a família cresceu, se tornou o mais alto dentro de casa e foi convidado por um primo para tentar a sorte nas quadras.
“Eu estava acostumado porque meu pai e meu padrinho batiam bola, mas nada profissionalmente. Em 2017, com 15 anos, meu primo Felipi treinava e me chamou para começar a jogar por causa da minha altura. Aí continuei treinando, disputando campeonato e fui me apaixonando pelo esporte”, recorda o central.
Assim como outra figura que deixou Brasília famosa, o tal João de Santo Cristo, da letra de Faroeste Caboclo, Wítallo saiu para ver o mar. Só que através do vôlei.
Depois de um Campeonato Brasileiro de Seleções defendendo o Distrito Federal foi chamado para atuar nas categorias de base da Elase, tradicional clube de formação de Florianópolis. Na capital catarinense, o central encarou o oceano pela primeira vez aos 17 anos.
“Nunca tinha visto o mar. O vôlei me levou para ver a praia pela primeira vez. Foi até um choque porque não imaginava que poderia chegar longe. Treinava lá em Brasília, mas não via um futuro ainda, quando recebi a proposta fique assim: ‘está acontecendo’. Isso me motivou ainda mais para seguir buscando meu espaço”, comenta.
“Foi bem dificil sair das casa dos meus pais, ir para outro estado. Tinha 16 para 17 anos, minha mãe não queria deixar de jeito nenhum, mas o pessoal me acolheu bem, foram gentis comigo e foi ficando tranquilo”, relembra.
Florianópolis acabou ficando pequena para Wítallo. As convocações para as seleções de base foram consequência das boas atuações e dos prêmios individuais nos torneios de formação. O central disputou o Mundial Sub-19 com a Seleção Brasileira no Irã e no ano seguinte foi campeão sul-americano sub-21 no Peru.
Depois de ser eleito o melhor central no Campeonato Brasileiro Interclubes, disputado no Ginásio do Taquaral, em 2022, foi chamado para atuar nas categorias de base do Vôlei Renata, mas logo foi alçado ao time principal, estreando na Superliga 2022/2023. Nesta temporada, seguiu buscando seu espaço e se tornou titular da equipe, aparecendo como um dos atacantes com melhor aproveitamento no torneio nacional.
”Eu não imaginava que ia chegar onde eu cheguei, foi tudo muito rápido. Um dia estava treinando, no outro já tinha time me chamando, aí depois veio a convocação para a Seleção e logo na sequência fechei o meu primeiro contrato, depois disputei minha primeira Superliga”, diz.
“Witallo é um atleta que une a vitalidade da juventude com a determinação específica da sua identidade. Essa combinação faz com que ele, apesar de ser um estreante na Superliga, apresente um ótimo desempenho. Ele vem demonstrando ser aguerrido e resiliente – características fundamentais para quem deseja construir uma carreira no esporte”, analisa André Heller, um dos principais centrais da história e embaixador do Vôlei Renata.
Embalado pela sequência de duas vitórias seguidas na Superliga Masculina, para cima de Joinville e Montes Claros, nas duas últimas rodadas, o Vôlei Renata começa a rodada com 27 pontos e depende apenas de suas próprias forças para garantir a classificação aos playoffs.
”Vai ser um jogo bem acirrado e decidido nos detalhes. A vitória é importante para os dois times porque vale muito ali dentro da zona de classificação. Então temos que minimizar os erros e buscar dar nosso melhor a cada bola”, encerra Wítallo.