Quando Marcelo Negrão foi para o saque na reta final do terceiro set, no Palau Sant Jordi, em Barcelona, durante a decisão pelo ouro olímpico contra a Holanda, o Brasil estava muito perto de uma conquista sem precedentes. O jovem oposto não se intimidou e forçou o serviço. Ace! Pela primeira vez na história o voleibol masculino brasileiro subia no lugar mais alto do pódio em uma edição dos Jogos Olímpicos. A data era um dia dos pais, domingo, 9 de agosto de 1992.
Hoje, 25 anos depois, o Brasil é uma das escolas mais respeitadas no voleibol mundial e conta com três títulos olímpicos entre os homens e dois com a equipe feminina. De lá para os tempos atuais a modalidade mudou bastante, se modernizou, mas a paixão do torcedor segue forte como aqueles que estavam nas arquibancadas no início da década de 1990, entoando o famoso cântico “em cima, em baixo, puxa e vai”, marca daquele tempo.
A campanha perfeita, com oito vitórias em oito jogos, foi comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, hoje a frente da seleção feminina.
“Ter feito parte daquele grupo, que fez história para o nosso país. E as duas coisas que prezo muito são a minha família e o meu país. E aquela foi uma conquista muito importante. Representamos bem o nosso país. Uma vitória como aquela, primeiro ouro em esportes coletivos, o jeito como foi comemorado. Temos que continuar comemorando”, relembrou o treinador.
Carloz Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), era o presidente da Confederação Brasileira de Voleibol na ocasião. Para o dirigente, a conquista em Barcelona foi forjada com a prata, oito anos antes.
A conquista da medalha de prata da Seleção Masculina de Voleibol, oito anos antes, em Los Angeles 1984, preparou a geração de ouro de Barcelona. Ver o Brasil conquistar a tão sonhada medalha de ouro olímpica, além da alegria de proporcionar aquele momento tão especial ao torcedor brasileiro, foi também uma realização pessoal. Um sentimento de alívio e de dever cumprido, por ver a coroação de um projeto para o voleibol brasileiro. A coragem, determinação, amor à camisa e espírito de equipe daqueles jovens campeões serviram de exemplo para o todo o esporte brasileiro”, disse Nuzman.
A equipe brasileira em Barcelona 1992 era formada por Marcelo Negrão, Maurício Lima, Paulão, Carlão, Giovane, Tande, Pampa, Talmo, Jorge Edson, Janélson, Amauri e Douglas Chiarotti.
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro