Quase três anos se passaram desde a última vez em que Serginho pisou no Centro de Desenvolvimento de Voleibol, em Saquarema (RJ). Nesta semana, o líbero campeão olímpico voltou ao local de treinamento das seleções brasileiras satisfeito com o novo momento na carreira. A convocação, mesmo depois do anúncio de aposentadoria, feito na final olímpica, em 2012, veio após uma conversa com o técnico Bernardinho.
“Ele me ligou e eu falei que, se não estivesse bem e disposto, não aceitaria. Sempre disse que, se a seleção precisasse de mim, eu estaria à disposição, mas que esperava que não fosse preciso. Quando o Bernardinho me ligou, aceitei de cara, mas pedi para não ir para a viagem da Austrália porque é muito longe”, se divertiu Serginho.
Aos 39 anos, um dos maiores ícones da posição de líbero em todo o mundo passa por uma rotina quase igual a dos demais atletas da seleção brasileira. Além disso, o empenho, a dedicação e a boa vontade são os mesmos de sempre.
“O trabalho é praticamente o mesmo. Hoje, eu não preciso dar mais cinquenta peixinhos no treino da manhã como antes e, na academia, não preciso mais abaixar para pegar peso, mas a preparação é igual. Até porque, se não for, vai fazer falta dentro de quadra. Estou me sentindo muito bem, terminei a Superliga sem dor alguma, e espero contribuir da melhor maneira possível aqui na seleção”, disse Serginho, jogador do Sesi-SP, vice-campeão da Superliga 14/15.
O técnico Rubinho, que comanda a seleção brasileira enquanto Bernardinho está no Mundial de Clubes com o Rexona-Ades (RJ), reforça o discurso do jogador e destaca a importância de sua presença com o grupo verde e amarelo.
“Por ser início de preparação, as rotinas são progressivas e ele esta fazendo basicamente o trabalho de todos. Conforme essa intensidade for aumentando, obviamente vamos ter um controle maior sobre a carga de treinamento para que ele possa corresponder dentro do que precisamos. O Serginho só tem a ajudar tanto na liderança, como no ensinamento aos novos jogadores e, claro, na parte técnica. Em vários aspectos, ele se torna muito positivo para a equipe”, afirmou Rubinho.
Aa lado de novos nomes do voleibol brasileiro, Serginho parece mais um deles. Se dedica acima de tudo, mas também brinca e se diverte em quase todos os momentos. A experiência adquirida ao longo da carreira é algo que vem sendo bem aproveitada por todos que estão em volta do experiente líbero.
“Estou muito feliz por estar aqui, treinando bem e vendo que a molecada me respeita. Os mais novos têm que levar o voleibol muito a sério, principalmente quando se representa um país que é uma potência. Para crescer, precisa treinar e sei que tenho que ser exemplo, me dedicar e cobrar deles. O estímulo de alguém que já viveu tanta coisa dentro do esporte é bom para a garotada. Sei disso porque quando cheguei na seleção brasileira, tinham uns monstros como Maurício, Giovane e Nalbert e esses caras me cobravam. Agora, um papel que eu tenho que na seleção é fazer o mesmo para que eles evoluam”, opinou Serginho.
O líbero está no grupo que se prepara para a Liga Mundial de 2015. A seleção brasileira busca o décimo título no ano em que a fase final da competição acontecerá no Rio de Janeiro, no ginásio do Maracanãzinho, e servirá como evento teste para os Jogos Olímpicos de 2016. Mas, por enquanto, ele não pensa na maior competição do calendário esportivo.
“Primeiro, pensamos em 2015. Tenho que conquistar a minha vaga de titular primeiro, para depois haver a preocupação com as Olimpíadas. Agora, só penso em Liga Mundial”, afirmou o líbero da seleção brasileira, que treina ao lado de outros três jogadores da sua posição: Mário Jr., Felipe e Tiago Brendle.
Feliz dentro e fora de quadra, na convivência com toda a seleção brasileira, Serginho garante que só tem motivos para comemorar, já que o vôlei continua sendo um de seus maiores prazeres e alegrias.
“Em 92, quando o Brasil foi campeão olímpico pela primeira vez, eu sonhava ser um jogador de vôlei. Hoje, penso em parar de jogar, mas não consigo. Eu amo esse esporte e as pessoas que estão aqui. Sempre foi o vôlei que me deu tudo que tenho. Vejo que pessoas se identificam comigo, muitas me agradeceram por eu ter voltado à seleção, outras tantas torcem por mim, meus amigos pessoais, enfim, ainda não é possível estar longe do voleibol”, concluiu Serginho.
Neste momento, a seleção brasileira treina com 32 atletas. Deste grupo sairão os jogadores que defenderão o Brasil na Liga Mundial e nos Jogos Pan-Americanos.
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