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Renan Dal Zotto, Fofão e Bebeto de Freitas ingressam no Hall da Fama

Eternizados

25 de outubro de 2015

Bebeto de Freitas, Lloy Ball, Fofão e Renan Dal Zotto recebem a homenagem do Hall da Fama

(Divulgação/HallofFame)

A noite deste sábado (24.10) foi muito especial para três dos maiores nomes do voleibol brasileiro. Em uma cerimônia realizada na pequena cidade de Holyoke, nos Estados Unidos, berço da modalidade, Renan Dal Zotto, Fofão e Bebeto de Freitas foram incluídos no Hall da Fama e se juntaram à lista que conta com mais de 120 personalidades que contribuíram para o desenvolvimento deste esporte.

 

Renan Dal Zotto, que estreou na seleção brasileira aos 16 anos e hoje trabalha como diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). O gaúcho de São Leopoldo confessou que nunca imaginou que receberia tal homenagem e relembrou um pouco do passado como jogador.

 

“Estou muito feliz de estar aqui e me ver ao lado de tanta gente importante para o voleibol. Nunca pensei que isto poderia acontecer. Eu tive a oportunidade de jogar na companhia de grandes atletas, incluindo meu grande amigo Bebeto (de Freitas). Nos anos 80 nós fomos os primeiros brasileiros a conquistarmos uma medalha nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984. Neste momento, sei que estou representando cada um daqueles que estiveram comigo e quero que eles se sintam honrados e celebrem da mesma forma que eu. Com aquela geração conquistamos muitas coitas, tivemos vitórias e derrotas, provavelmente mais derrotas que vitórias. Mas estou certo de que sempre que entrávamos em quadra era para dar o nosso melhor”, disse o ex-ponteiro que fez parte da geração de prata.

 

 Bebeto de Freitas, que foi o treinador a levar o Brasil à primeira medalha Olímpica no voleibol, comentou que o sentimento ao receber a homenagem foi de missão cumprida. Ele, que além de técnico também teve passagens pelo Atlético Mineiro e Botafogo como dirigente, ficou emocionado em ver que a partir de agora estará lado a lado dos ídolos na memória do esporte.

 

“Depois de visitar o Hall da Fama hoje eu tive uma surpresa agradável e me senti honrado e com a sensação de que fiz o meu trabalho. Em seguida, tive outro sentimento, o de responsabilidade. Aqui vi muitos dos meus ídolos, jogadores que joguei junto, joguei contra. Não sei quantas vezes eu os vi jogar em meus sonhos, técnicos que me inspiraram e influenciaram o meu modo de entender o voleibol. Hoje eu tive a mesma honra que que muitos dos meus heróis tiveram antes de mim”, disse Bebeto.

 

Completando o trio de brasileiros homenageados, a ex-levantadora Fofão lembrou das três décadas que se dedicou ao esporte. Ela, que foi a primeira atleta de voleibol a disputar cinco edições dos Jogos Olímpicos (1992, 1996, 2000, 2004 e 2008), também se emocionou ao lembrar do pai, quem a campeã olímpica considera o maior incentivador.

 

“Estou vivendo um dos maiores momentos que um atleta pode almejar na vida. Quando comecei a jogar voleibol não sabia onde iria chegar. E agora, analisando tudo que fiz, é incrível ver onde estou. Foi um caminho longo e recheado de adversidades, mas todos os desafios valeram a pena. Nunca pensei que me dedicaria por 30 anos a este esporte e que por 17 anos vestiria a camisa da seleção brasileira. Eu vivi todos os tipos de emoções: eu ri, eu chorei, me lesionei, gritei e, principalmente, eu me diverti. Meu pai, o Seu Sebastião, me apoio sempre. Infelizmente não está mais aqui, mas me incentivou ao longo de toda a minha carreira, e acreditou em mim mais que eu mesma. Dizia que eu só não venceria se não quisesse. Cresci acreditando nisso e sei que ele está orgulhoso de onde a filha dele chegou”, declarou Fofão.

 

O ex-levantador Lloy Ball, campeão olímpico com os Estados Unidos em Pequim 2008 completou a turma de 2015 de personalidades conduzidas ao Hall da Fama.

 

Criado há 30 anos, o Hall da Fama homenageia os grandes nomes do voleibol e atualmente conta com 125 personalidades entre atletas, técnicos e dirigentes que contribuíram para o desenvolvimento da modalidade. O Brasil é o terceiro país com o maior número de 12. 

 

Além de Renan Dal Zotto, Fofão e Bebeto de Freitas, outros nove brasileiros compõem a lista de personalidades eternizadas: Bernard Rajzman em 2005, Jaqueline Silva em 2006, Carlos Arthur Nuzman em 2007, Ana Moser em 2009, Adriana Behar e Shelda em 2010, Maurício Lima em 2012 e Nalbert Bitencourt e Sandra Pires em 2014.

 

Renan Dal Zotto

Renan Dal Zotto é diretor de Seleções da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e começou na seleção masculina aos 16 anos e esteve presente em três edições dos Jogos Olímpicos, conquistando a prata em Los Angeles’84, primeira medalha olímpica do vôlei brasileiro, além de participar em Mascou’80 e Seul’88. Renan também fez parte da equipe na campanha que levou o Brasil ao segundo lugar do Mundial Masculino em 1982. Depois de muitos anos jogando em clubes brasileiros, Renan foi para a Itália defender o Maxicono de Parma e, em seguida, o Messeggero Ravenna. Após a aposentadoria como atleta ele assumiu outros compromissos vinculados ao voleibol, como o projeto multicampeão da equipe masculina do Cimed de Florianópolis.

 

Hélia Rogério de Souza – Fofão

Fofão é integrante do Comitê de Apoio ao Conselho Diretor da CBV e foi a primeira atleta do vôlei a disputar cinco edições de Jogos Olímpicos (1992, 1996, 2000, 2004 e 2008). Inclusive era ela a capitã na conquista do primeiro ouro olímpico da seleção feminina de vôlei, na campanha em Pequim (China), em 2008, e ainda possui dois bronzes, um em Atlanta 96 e outro em Sydney 2000. Ela também subiu ao pódio de Mundiais em três oportunidades com as pratas de 1994, 2006 e 2010. A ex-levantadora conquistou ainda quatro vezes o ouro no Grand Prix (2004, 2005, 2006 e 2008).

Paulo Roberto de Freitas – Bebeto de Freitas

Bebeto foi o técnico que levou o Brasil à primeira medalha olímpica no voleibol, a prata em Los Angeles, em 1984. Foi o treinador da seleção brasileira em duas oportunidades, de 1980 a 1984 e, depois, de 1987 a 1990. No início da década de 90, ele dirigiu o Maxicono Parma, na Itália, por seis anos. Em seguida foi convidado a assumir o cargo de técnico da seleção italiana com a qual conquistou o título do Mundial em 1998. No retorno ao Brasil, mudou de ares e assumiu a função de gestor de futebol do Atlético Mineiro entre 1999 e 2001. Em seguida chegou ao Botafogo Futebol e Regatas para presidir o clube por dois mandatos de 2003 a 2008. Na época em que ainda era atleta, o ex-levantador Bebeto participou de duas edições dos Jogos Olímpicos em 1972 (Munique) e 1976 (Montreal).