Desde a primeira participação em Jogos Olímpicos, em Atlanta 1996, o vôlei de praia sempre rendeu medalhas ao Brasil. E, para celebrar uma década das conquistas em Pequim 2008, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), homenageou os atletas presentes no feito, na manhã deste domingo (24.11). A entrega de placas comemorativas a Márcio Araújo (medalha de prata), Ricardo e Emanuel (medalha de bronze), e aos técnicos Ronald Rocha (prata) e Gilmário Cajá (bronze) foi feita momentos antes da decisão masculina do Open de Campo Grande (MS) do Circuito Brasileiro 2018/2019, na arena montada no Parque das Nações Indígenas.
A homenagem dá prosseguimento à uma série de celebrações dos feitos do voleibol brasileiro. Na Superliga Cimed 2018/2019, que completa 25 anos, também estão sendo entregues 25 placas para personalidades que ajudaram a construir a competição, uma a cada rodada do campeonato. Os atletas e o técnico foram saudados pelo público que lotou as arquibancadas. Fábio Luiz, parceiro de Márcio na final olímpica, e o técnico da dupla, Ronald Rocha, hoje presidente da Federação Cearense de Voleibol não puderam comparecer por já terem assumido outros compromissos profissionais.
Naquela edição dos Jogos Olímpicos Márcio e Fábio Luiz, campeões mundiais em 2005, enfrentaram na grande decisão os norte-americanos Phil Dalhausser e Todd Rogers, que acabaram superando os brasileiros por 2 sets a 1 (23/21, 17/21 e 15/4). Na disputa pelo terceiro lugar Ricardo e Emanuel enfrentaram os brasileiros naturalizados georgianos Renatão e Jorge. Ricardo e Emanuel, que defendiam o título olímpico, venceram por 2 sets a 0 (21/15 e 21/10).
"Aquela final foi sensacional, um momento indescritível da minha vida. Jamais esquecerei essa conquista inédita para mim. Chegar no pódio olímpico representando o Brasil é muito gratificante. E ter este reconhecimento é algo que nos emociona, nos deixa muito gratos e felizes. Termos essa homenagem é muito legal. Parabenizo a CBV por esta lembrança, pois como dizem ‘recordar é viver’”, disse o medalhista de prata Márcio.
Para Ricardo, a medalha corou o trabalho feito ao lado de Emanuel por dois ciclos olímpicos. O atleta ainda destacou a importância de relembrar marcos históricos para a modalidade e para o esporte brasileiro em si.
“Foi um momento muito bacana na minha trajetória ao lado do Emanuel. Estávamos em nosso segundo ciclo olímpico juntos, e conseguimos manter uma sequência muito boa estando sempre os quatro primeiros. E naquele jogo do bronze enfrentamos uma equipe que treinava com a gente, e isso para nosso time foi muito bom. Foi um marco para nossa dupla, duas edições dos Jogos juntos com duas medalhas. Hoje reviver um pouco daquele momento. O reconhecimento da entidade dos atletas e dos técnicos é importante para motivar ainda mais as novas gerações, pois o esporte é feito do que acontece dentro e fora das quadras”, comentou o Ricardo.
Emanuel fez coro ao parceiro de longa estrada. O ex-jogador, que em novembro de 2013 entrou para a história como o maior vencedor de torneios do voleibol de praia, ultrapassando a marca de 150 títulos, ressaltou como a medalha marcou a própria carreira e como relembrar esta conquista valoriza o esporte.
“Fiquei muito feliz de receber esta homenagem da CBV. É uma forma de reviver e renovar o que fizemos de bem no esporte. Eu e o Ricardo tivemos uma parceria muito longa, e uns dos principais resultados nossos foram os que conseguimos em Jogos Olímpicos. O que foi mais especial para nós em 2008 foi conseguir ser a primeira dupla a conseguir duas medalhas seguidas. Outra questão foi nossa dedicação em Pequim, pois o Ricardo vinha de lesão e passamos por momentos bem difíceis, quase ficamos em nono num jogo duro contra a Rússia, mas seguimos adiante e aquela medalha selou nossa trajetória vitoriosa”, relembrou Emanuel.
Técnico de Ricardo e Emanuel em Pequim 2008 e também na campanha do título olímpico em Atenas 2004, Gilmário Cajá ficou contente em participar da homenagem.
“Eu hoje estou aqui para representar todos os técnicos do voleibol de praia, e não só ao time que conquistou aquela medalha de bronze. Esta homenagem é um momento muito especial, que nos lembra uma história importante do nosso esporte. Uma época que nos marcou, lembra todo o trabalho feito desde o início do Circuito Brasileiro em 1991. Conquistar uma medalha é muito difícil, e ser lembrado por isso é muito gratificante. É um marco, e que vai se perpetuando pelas gerações”, falou Cajá.
No evento da capital sul-mato-grossense Ágatha/Duda (PR/SE) ficou com o título do torneio feminino, enquanto Bárbara Seixas/Fernanda Berti (RJ) levou a prata, e Maria Elisa/Carol Solberg (RJ) com o bronze. Entre os homens a primeira colocação foi para Pedro Solberg/Bruno Schmidt (RJ/DF), Evandro/Vítor Felipe (RJ/PB) ficou com o vice, e Eduardo Davi/Adrielson (PR) ficou com o terceiro.
Após Campo Grande (MS), outras quatro etapas da temporada 18/19 serão realizadas no próximo ano. São Luís (MA) recebe o torneio em janeiro, de 23 a 27 de janeiro. Fortaleza (CE) será palco das disputas em fevereiro, de 20 a 24 de fevereiro. Natal (RN) sediará a sexta etapa, de 20 a 24 de março, enquanto João Pessoa (PB) fecha o circuito, de 9 a 14 de abril.
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro