Sempre atenta a sugestões e demandas que tragam benefícios ao vôlei brasileiro, a CBV fez ajustes específicos no regulamento da nova temporada do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, que começa no dia 2 de fevereiro, em Saquarema. Um exemplo é que o prazo de carência de pontos para atletas que se afastem das quadras para tratar doenças de difícil cura, como câncer e AVC, poderá ser estendido além dos dois anos previstos e até o final do tratamento, mediante comprovação e validação da comissão médica da CBV sobre a gravidade da enfermidade. Essa medida beneficia atletas que enfrentem tratamentos mais longos e complexos, que terão sua pontuação ‘congelada’ até que possam retornar às quadras. Em mensagem enviada à CBV, a atleta Fabíola Constâncio, que passou por esta situação recentemente no tratamento de um câncer, agradeceu a atenção dada ao caso e a demonstração de respeito da CBV à carreira dos atletas.
Esta é apenas uma das novidades do Circuito Brasileiro, que chega a 2022 de cara nova e ainda mais valorizado. Agora, o ranking da competição será um dos itens levados em conta para a escolha das duplas que receberão verba da CBV para representar o Brasil no Circuito Mundial. A premiação total ultrapassa os 6 milhões de reais, um valor 25% superior ao da temporada 2020/2021. Na etapa inaugural, por exemplo, a premiação soma 499.200 reais, que serão distribuídos na totalidade entre as duplas participantes, de maneira proporcional ao desempenho e classificação.
O Circuito Brasileiro também passa a ser dividido em duas competições por etapa. O Aberto reúne as duplas entre o 8º e o 14º lugar no ranking, além de dois convidados e até oito parcerias classificadas pelo qualifying. Já o Top 8 será disputado pelas sete duplas mais bem ranqueadas, além de um convidado especial: o campeão do Aberto anterior, que ganha o wild card como bônus pela performance. A dupla vencedora de cada etapa Top 8 e seu técnico também terão um benefício além da premiação em dinheiro, e recebem da CBV o custeio de passagem, hospedagem, transporte e alimentação para disputar uma etapa do Circuito Mundial.
Esse sistema permite jogos mais nivelados, entre duplas de ranqueamento mais próximo. No modelo anterior, de competição única com 24 times no torneio principal, os confrontos eram definidos pela colocação no ranking: o mais bem ranqueado enfrentava o time de colocação mais baixa e assim por diante, desnivelando as partidas, principalmente no começo da competição. Também haverá menos dias de disputas para cada atleta, o que diminui o desgaste com a viagem e permite mais tempo para ativações especiais de patrocinadores e da CBV. O convite para o Top 8 dado ao campeão do Aberto é mais um estímulo para a renovação da modalidade, pois todas as duplas podem brigar por uma participação no Circuito Mundial. Como este trabalho de renovação é exatamente um dos pilares da CBV, os campeões das etapas do Brasileiro sub-21 recebem como bônus um convite para o Aberto seguinte. Tudo está interligado, com critérios claros para os atletas e para quem acompanha a modalidade.
Durante a temporada 2022, serão realizadas 10 etapas do Top 8 e 15 etapas do Aberto. As etapas adicionais do Aberto também servirão como oportunidade de desenvolvimento e experiência, substituindo as etapas do Circuito Challenger. Para efeito de formação de ranking de entrada, serão levados em consideração os três melhores resultados das quatro últimas etapas (Top 8 ou Aberto), valorizando a performance recente dos atletas. No formato anterior, eram computados os quatro melhores resultados dos últimos cinco eventos entre as 10 competições anteriores realizadas. Todas as etapas somam pontos para o mesmo ranking, e o campeão da temporada 2022 será definido pela soma dos nove melhores resultados dos participantes.