Aos 20 anos, a ponteira Gabi, do Rexona-Ades (RJ), tem sido um dos destaques na campanha da equipe carioca na Superliga feminina de vôlei 14/15. Se olharmos o ranking das atacantes mais eficientes da competição, o nome da jovem aparece no topo. Entre as maiores pontuadoras, Gabi está na segunda colocação, com 407 acertos, atrás somente da ponteira Thaisinha, do São Cristóvão Saúde/São Caetano (SP), com 411. Como o time paulista já deixou a competição, a jogadora tem tudo para assumir o posto.
“Essa temporada tem sido muito especial. Acho que fiz um primeiro turno melhor do que o segundo e espero ter boas atuações na fase final. O trabalho com o Bernardo é muito positivo e o convívio com as jogadoras mais experientes, como a Fofão e Fabi, tem me ensinado bastante”, disse Gabi.
Sobre o momento decisivo na Superliga, Gabi está confiante e espera um jogo equilibrado na próxima quinta-feira (09.04) contra a Camponesa/Minas (MG), às 21h30, no Rio de Janeiro (RJ), pela segunda partida da série melhor de três das semifinais. No primeiro duelo, no último sábado, em Belo Horizonte (MG), o time carioca levou a melhor por 3 sets a 1.
“Foi uma partida difícil. A Camponesa/Minas cresceu na competição e é sempre complicado jogar diante da torcida delas. Também erramos mais do que o normal. Temos que manter a concentração e seguir treinando forte para fazermos um bom jogo em casa”, analisou Gabi.
Apontada por técnicos e especialistas como uma das grandes revelações do voleibol brasileiro, Gabi não se intimidou pela pressão e tem brilhado há três temporadas pelo grupo carioca, com dois títulos da Superliga, dois Sul-Americanos e um vice-campeonato Mundial de clubes. Ao ser questionada sobre o momento mais marcante na equipe carioca, a jovem ponteira não demostrou dúvidas.
“A minha primeira temporada foi muito especial. Eu era reserva, mas com a contusão da Logan Tom (ponteira norte-americana) tive a oportunidade de jogar como titular. Acredito que naquele momento minha carreira deu uma virada. Acabamos campeãs da Superliga e fui convocada pela primeira vez para a seleção adulta. Também participei um pouco do final do ciclo olímpico de 2012, o que foi um grande aprendizado”, recordou Gabi.
A ponteira Gabi nasceu em 1994 e faz parte de uma geração que tem se destacado na Superliga 14/15. A oposto Rosamaria, do Pinheiros (SP), a levantadora Naiane e a central Val, da Camponesa/Minas, e a líbero Jú Paes, do Rio do Sul/Equibrasil (SC), receberam elogios ao longo da temporada e são garantia de um futuro promissor para o voleibol brasileiro.
“Fico muito feliz com isso. A Naiane está fazendo uma grande temporada, em um time experiente e evoluiu muito. A Rosamaria também se destacou e outras meninas como a Jú Paes e a Val estão mostrando qualidade. Isso é muito legal, nós crescemos juntas e temos uma história nas seleções de base”, afirmou Gabi.
A atacante teve uma carreira meteórica. Gabi começou a jogar vôlei aos 14 anos no colégio Pitágoras, em Minas Gerais. Após dois meses de treinos, recebeu convites de dois clubes mineiros tradicionais, o Minas Tênis Clube e o Mackenzie, todos entusiasmados com a impulsão da adolescente que também se destacava no futebol e no tênis.
“Tudo aconteceu muito rápido. Muitas das minhas amigas jogavam vôlei no colégio e acabei indo treinar com elas. A minha professora gostou da minha impulsão, chamei a atenção de dois clubes tradicionais e optei em jogar pelo Mackenzie”, explicou Gabi.
Aos 16 anos, se destacou na Superliga feminina pelo Mackenzie e foi contratada pelo Rexona-Ades. Na equipe carioca teve a missão de substituir a atacante norte-americana, Logan Tom, e foi um dos destaques na campanha do título da temporada 12/13. O desempenho na competição rendeu a primeira convocação para a seleção adulta. No Grand Prix de 2012, Gabi participou da primeira fase da competição mundial em Lodz, na Polônia.
“Chegar à seleção foi a realização de um sonho e pude conviver com a geração campeã olímpica em Londres. Quero continuar no grupo, brigando por posições e meu objetivo é disputar os Jogos Olímpicos do Rio. Treino todos os dias para isso. Será um sonho jogar uma Olimpíada no Brasil”, contou Gabi.
Entre os ídolos no esporte, Gabi tem duas jogadoras que sempre chamaram sua atenção, a oposto Sheilla e a levantadora Fofão.
“A Sheilla é uma das jogadoras mais inteligentes dentro da quadra, com uma variedade incrível de golpes e a Fofão é um exemplo de atleta e pessoa, com 45 anos continua jogando em alto nível e inspirando muitas pessoas”, disse Gabi, que quer encerrar a temporada com o título da Superliga na partida de despedida das quadras brasileiras da levantadora do time carioca.