Com 11 medalhas olímpicas e títulos dos mais importantes campeonatos, o vôlei brasileiro é referência mundial. Mas antes de brilharem com a equipe adulta, os talentos trilham caminhos nas equipes de base. A partir desta quarta-feira (17.8), dezenas de jovens representarão o Brasil nos Campeonatos Sul-Americanos sub-19 e sub-21. E esse vestibular já é coisa de gente grande. As quatro competições valem vaga nos Mundiais de 2023. Quem abre o calendário é a equipe feminina sub-21, treinada pelo técnico Wagão, que estreia contra a Colômbia, às 20h (de Brasília). A competição acontece em Cajamarca, no Peru.
Garimpar talentos entre os milhares de jogadores de vôlei de um país imenso como o Brasil é tarefa complexa. Exige observação, trabalho, análise. A equipe multidisciplinar da CBV tem aproximadamente 50 profissionais, entre técnicos, assistentes, auxiliares, médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos, psicólogos e analistas de desempenho. Para chegar aos nomes que vestirão a camisa da seleção nos quatro Sul-Americanos de base, foram realizadas 1.221 avaliações de 894 atletas. “Definimos que um dos principais pilares do nosso trabalho para 2023 seria o mapeamento de atletas e a aproximação com clubes formadores e seus respectivos técnicos. Temos dois coordenadores técnicos (Caetano Rocha, no feminino, e Alexandre Ferrante, no masculino) focados nesse trabalho de observação em competições e treinamentos”, explica a gerente de seleções da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), Julia Silva.
Essa maratona inclui diversas frentes, como os Campeonatos Brasileiros de Seleções (CBS), com 12 eventos por temporada; os Campeonatos Brasileiros Interclubes (CBI) e os Jogos Escolares. Também são realizados laboratórios de observação no Centro de Treinamento da CBV, em Saquarema (RJ), com cerca de 80 atletas. A CBV também desenvolveu um programa de vivência entre as comissões técnicas de base e profissionais de todo o país que trabalham no desenvolvimento da modalidade e na detecção de talentos. Neste primeiro ano, 11 profissionais já estiveram em Saquarema para acompanhar o dia a dia das equipes de base.
As equipes multidisciplinares das seleções de base formaram um banco de dados a partir de avaliações físicas e técnicas, com análises em níveis que vão de 1 a 4, e divisões por idade e posição. “Esse sistema permite acompanhar a evolução física e técnica de cada jogador ao longo dos anos, detectar os clubes e os profissionais que revelam atletas promissores, e identificar possíveis deficiências em alguma posição específica em cada geração’, explica Júlia Silva.
Outras ferramentas importantes na preparação das seleções de base são os amistosos e jogos-treino, além do alinhamento com o trabalho realizado nas equipes adultas, comandadas por José Roberto Guimarães e Renan Dal Zotto. A equipe feminina sub-21 que estreia hoje fez um esquenta de sete partidas de nível internacional: quatro contra a Itália sub-20, duas contra o time adulto do Quênia e uma contra a Argentina sub-21. “Além desses jogos, optamos por um tempo maior de treinamento no CT de Saquarema para conhecermos melhor o grupo, além de implantar e alinhar a metodologia de trabalho aplicada na seleção adulta. O Sul-Americano é o maior desafio da temporada. Nosso objetivo é a conquista da vaga para o mundial, e, claro o título”, explica o técnico Wagão.
SUL-AMERICANO FEMININO SUB-21
Primeira fase – Os dois primeiros do grupo avançam para as semifinais
Quarta-feira – 17/8 – Brasil x Colômbia – 20h (de Brasília)
Quinta-feira – 18/8 – Brasil x Chile – 20h (de Brasília)
Sábado – 20/8 – Semifinais
Domingo – 21/8 – Final – Os finalistas garantem vaga no Mundial sub-21 de 2023
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro