De precursores da modalidade a promessas, Espírito Santo mantém viva tradição no vôlei de praia

Histórico capixaba

26 de junho de 2022

Mesmo nascido em Brasília, Bruno Schmidt é mais um atleta da casa

(Matheus Vidal/Inovafoto/CBV)

Palco da sexta etapa do Circuito Brasileiro de vôlei de praia 2022, na Praia da Costa em Vila Velha (ES), o Espírito Santo tem um longo histórico na modalidade. De precursores do esporte como Loiola e Aloisio, passando por medalhistas olímpicos como Fabio Luiz, Larissa, Alison e Bruno Schmidt (nascido em Brasília, mas radicado em terras capixabas), atletas consolidados como André Stein e Elize Maia, chegando a promessas como Thâmela, de 22 anos, e Julhia, de 15. 

E cinco atletas locais (nascidos ou radicados) brigam por medalhas neste domingo. O campeão olímpico Bruno Schmidt (que joga com Saymon), o campeão mundial André (que joga com George), Vinicius Freitas (que joga com Guto) e a dupla capixaba Elize Maia e Thâmela estão nas semifinais do Top 8, que acontece nesta manhã. As disputas pela medalha de bronze começam às 14h40 deste domingo, e as finais são a partir das 16h, com transmissão do sportv 2 e na Twitch com a streamer Nahzinhaa.

Confira a tabela completa de jogos do Top 8

“Para mim, jogar em Vila Velha é sempre muito especial. A Praia da Costa é a praia que eu cresci, e onde eu comecei a praticar o vôlei de praia. Na última etapa que teve aqui, eu e George fomos campeões. Foi minha primeira conquista aqui e foi uma emoção muito grande, uma das etapas mais emocionantes para mim, por ter toda minha família e amigos assistindo. Então é uma motivação a mais jogar aqui”, afirmou André, campeão mundial em 2017 e medalhista de bronze do Mundial em Roma no último domingo.

Para Celso Silva Jantorno, presidente da Federação Espírito-Santense de Voleibol (FESV), a cultura capixaba muito ligada à praia ajudou a modalidade a se desenvolver rapidamente no Espírito Santo. E as gerações mais antigas ajudaram a dar continuidade a essa história.

“As pessoas aqui se envolvem muito com o vôlei, principalmente os técnicos e atletas mais antigos. Quando perguntam o segredo do Espírito Santo, se existe algum segredo, são as pessoas, que gostam do vôlei de praia e fazem disso uma carreira. Então isso dá uma sequência de trabalho. O material humano é muito bom, então a gente tenta somar uma federação forte fazendo campeonatos, com bons técnicos e bons atletas”, destacou Celso.

Entre as pessoas que fazem do vôlei de praia uma carreira no Espírito Santo está Leandro Brachola, técnico campeão com Alison/Bruno Schmidt nos Jogos do Rio 2016 e atualmente supervisor técnico da comissão técnica permanente da Confederação Brasileira de Voleibol. Ele começou a ser treinador na praia no início dos anos 90, com Loiola, seu ex-companheiro na quadra.

“As gerações anteriores conseguiram ajudar a formar as gerações mais novas. Sempre com o treinamento de um atleta experiente, a gente conseguia colocar um atleta mais novo para se desenvolver. E a gente teve a oportunidade de ter muitos talentos para trabalhar com a gente. Se for olhar, é uma história de 30 anos, com medalhistas olímpicos, campeões mundiais, e esse destaque é um orgulho para os capixabas. E a gente espera que isso continue”, disse Leandro Brachola.

Para Fabio Luiz, medalhista de prata nos jogos de Pequim 2008, a energia capixaba vem sendo passada de geração em geração, ajudando a formar novos atletas.

O Loiola era o cara. Todo mundo que treinava com ele sabia da gana dele de vencer e ele demonstrava isso nos treinos e na quadra. E isso foi passado para mim, foi passado para o Alison, foi passado para o André. Essa energia capixaba continua viva. Foi plantada lá com Aloisio e Loiola e a gente continua colhendo os frutos até hoje”, contou Fabio.

Um desses frutos que estão sendo colhidos é a jovem Julhia, de 15 anos, que disputou o torneio principal do Aberto em Vila Velha após passar do qualifying, e que já representou o Brasil no Circuito Sul-Americano sub-19.

 “É uma sensação incrível representar o Espírito Santo. Desde pequena sempre falei que queria representar meu estado e que ia lutar com unhas e dentes para dar orgulho para meu estado. E aqui ainda tem muito talento a ser descoberto”, disse Julhia.

O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro