Em busca do entendimento, do diálogo e do desenvolvimento do voleibol nacional, a CBV realizou nas últimas semanas conversas individuais e com diversos grupos para explicar, com dados técnicos, o novo formato do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. Essa iniciativa, tomada proativamente para intensificar a transparência e o diálogo, incluiu reuniões com ex-atletas, federações nacionais, Comissão de Atletas do COB e Comissão de Atletas do Vôlei de Praia. Um encontro inicial, com os atletas que procuraram a CBV durante a realização da etapa de Saquarema, chegou a ser convocada, mas infelizmente não pode ser realizado. Dentro deste planejamento, houve nesta terça-feira (22.02), um encontro mais amplo, que contou com a presença da CEO da CBV, Adriana Behar; do gerente de Vôlei de Praia da CBV, Guilherme Marques; do diretor de Superliga e Novos Negócios da CBV, Marcelo Hargreaves; dos integrantes da Comissão de Atletas de Vôlei de Praia Carlos Arruda (presidente), Ramon Gomes (vice-presidente) e Luccas Lima; dos atletas Ágatha, Bárbara Seixas, Maria Elisa, Oscar, João Pedro e Lucas; da presidente da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil, Yane Marques; do presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Vôlei de Praia, Giuliano Sucupira; do Conselheiro Técnico da CBV e representante da Comissão de Validação do Regulamento dos Campeonatos Brasileiros de Vôlei de Praia da Temporada de 2022, José Eduardo Amâncio da Mota; e da ex-atleta e medalhista olímpica Mônica Rodrigues.
Guilherme Marques esclareceu dúvidas e falou sobre a avaliação da primeira etapa do Circuito Brasileiro, realizada em Saquarema, feita pela Unidade de Vôlei de Praia. A análise da CBV foi que o Top 8 pode ser ainda mais atrativo se iniciado em formato de dois grupos de quatro equipes – os dois primeiros avançam às semifinais. A garantia de um mínimo de três jogos por dupla reforça a ideia de dar mais rodagem às parcerias, principalmente aquelas vindas do Aberto. Assim, a CBV comunicou que a mudança será implementada a partir da terceira etapa, em abril, na cidade de Itapema (SC).
Na reunião, foram apresentadas, para conhecimento geral, as propostas da Comissão de Atletas e o regulamento do novo Circuito Brasileiro desenvolvido pela CBV, discutidos em reuniões de trabalho anteriores entre as duas partes. A Comissão de Atletas trouxe três propostas bem diferentes entre si, uma delas mais próxima do novo formato proposto pela CBV.
Após explicar toda a base de pesquisa e os números que balizaram o desenvolvimento do regulamento do novo Circuito Brasileiro, a CBV informou que acredita ser importante que os atletas ao menos experimentem o modelo. Para dar espaço ainda maior ao diálogo, a CBV vai realizar, após a quinta etapa do Circuito Brasileiro (metade da temporada), nova reunião com a Comissão de Atletas para avaliação dos resultados e possíveis ajustes, se for o caso. A proposta foi aceita por todos os participantes, embora a Comissão de Atletas registrasse que preferia uma opção mais próxima de uma de suas sugestões. A segunda etapa do Circuito Brasileiro será entre 24 e 27 de março, em Maringá (PR), com disputa do torneio Aberto.
A Comissão de Atletas propôs uma revisão na conversão dos pontos da temporada anterior para a atual, o que foi aceito pela CBV. Também solicitou que o regulamento deixe mais claras as situações em que os jogos da primeira rodada do qualifying do Aberto serão realizados em set único de 25 pontos, especificando que isso ocorrerá apenas se não houver possibilidade de acomodar toda esta fase da competição no mesmo dia. A possibilidade do set de 25 pontos foi adotada para garantir a realização, em qualquer situação de estrutura, da competição com 40 atletas no qualifying, como solicitou a Comissão de Atletas em reunião anterior com a CBV. Desde o início ficou definido que esse recurso só será utilizado em último caso, e a CBV concordou em deixar isso mais claro no regulamento.
A CBV reforça seu compromisso com o diálogo, o entendimento e o desenvolvimento do voleibol nacional.
O novo Circuito Brasileiro
Como acontece ao fim de cada ciclo olímpico, a CBV fez estudos e análises e optou, entre outras decisões, por uma mudança no sistema de disputa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, com foco em renovação, emoção, performance e sustentabilidade. A proposta foi feita com base em análises e estudos, por uma equipe profundamente conhecedora do voleibol de praia, incluindo o gerente de Vôlei de Praia da CBV, Guilherme Marques, campeão mundial em 1998; e a CEO Adriana Behar, duas vezes medalhista olímpica da modalidade. Desde o início, a Comissão de Atletas foi procurada para contribuir com sugestões.
No novo formato, o Circuito Brasileiro passou a ser dividido em duas competições por etapa. O Aberto reúne as duplas entre o 8º e o 13º lugar no ranking, além de dois convidados e até oito parcerias classificadas pelo qualifying. Já o Top 8 é disputado pelas sete duplas mais bem ranqueadas, além de um convidado especial: o campeão do Aberto anterior, que ganha o wild card como bônus pela performance. A dupla vencedora de cada etapa Top 8 e seu técnico também terão um benefício. Eles vão receber da CBV o custeio de passagem, hospedagem, transporte e alimentação para disputar uma etapa do Circuito Mundial. A premiação total da competição aumentou em 25% na comparação com 2020/2021. Foi feita uma reorganização nos valores das premiações por colocação que beneficia as duplas que ocupam posições intermediárias na classificação. São geralmente parcerias em desenvolvimento, que precisam de mais incentivo e apoio.
O novo sistema proporciona jogos mais nivelados, entre duplas de ranqueamento mais próximo, tornando o espetáculo mais atrativo para o público e estimula o desenvolvimento dos atletas. No modelo anterior, os confrontos eram definidos pela colocação no ranking: o mais bem ranqueado enfrentava o time de colocação mais baixa e assim por diante, desnivelando as partidas, principalmente no começo da competição. Para balizar o formato, a CBV realizou estudos que mostraram a dificuldade de renovação entre as duplas que ocupam a parte superior da tabela e a falta de nivelamento entre os primeiros jogos do torneio principa
- Nas últimas 20 etapas, os 40 finalistas eram do Top 4, exceto em 3 ocasiões no feminino e 5 no masculino
- Nas últimas 20 etapas, os 80 semifinalistas eram do Top 8, exceto em 4 ocasiões no feminino e 6 no masculino
- De cada 100 jogos da primeira rodada do torneio principal, equipes vindas do qualifying vencem apenas 12 no masculino e 5 no feminino
- Na segunda partida, contra duplas de ranking mais próximo, o percentual de vitórias dobra
Com menos dias de disputas para cada atleta, diminui o desgaste com a viagem e aumenta o tempo para ativações especiais de patrocinadores e da CBV. O convite para o Top 8 dado ao campeão do Aberto é mais um estímulo para a renovação da modalidade, pois todas as duplas podem brigar por uma participação no Circuito Mundial. Tudo está interligado, com critérios claros para os atletas e para quem acompanha a modalidade. Para efeito de formação de ranking de entrada, serão levados em consideração os três melhores resultados das quatro últimas etapas (Top 8 ou Aberto), valorizando a performance recente dos atletas. No formato anterior, eram computados os quatro melhores resultados dos últimos cinco eventos entre as 10 competições anteriores realizadas. Todas as etapas somam pontos para o mesmo ranking, e o campeão da temporada 2022 será definido pela soma dos nove melhores resultados dos participantes.