pATROCINADOR OFICIAL

Bruna Honório: “como não ser agradecida e feliz depois de um susto desses?”

Entrevista da Semana

4 de março de 2020

Bruna foi eleita a melhor do jogo na vitória do Itambé/Minas no dia 28 de fevereiro

(Orlando Bento/MTC)

No dia 9 de maio de 2019, Bruna Honório levou o maior susto da sua vida. Aos 29 anos, atleta profissional, e com uma rotina saudável, ela descobriu um problema cardíaco. Um tumor no átrio esquerdo do coração. Ao se apresentar à seleção brasileira e passar por exames protocolares, Bruna esbarrou em uma realidade que jamais imaginou e a notícia mais assustadora: seria necessário passar por uma cirurgia no coração.

Com uma serenidade impressionante, Bruna encarou a situação de frente, fez a cirurgia e teve paciência para atravessar todo o processo. Na verdade, nem foi preciso tanta paciência assim. Afinal, o processo foi rápido. Incrivelmente rápido. Exatamente três meses depois da cirurgia, a oposta do Itambé/Minas (MG) estava saltando e, com seis meses de procedimento, jogando profissionalmente de novo.

O tradicional clube mineiro deu todo o apoio necessário, assim como a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), que se colocou à disposição da atleta. O susto passou. Bruna, hoje com 30 anos e 10 meses de uma nova vida, está absolutamente íntegra e feliz. Nesta entrevista exclusiva, iremos saber um pouco mais como anda a rotina de Bruna Honório, que segue brilhando pelo Itambé/Minas.  

– Como está a sua saúde hoje em dia?

Minha saúde está mais que 100%. O sustou passou por completo. Fico apreensiva quando vou fazer exames periódicos, mas a porcentagem de voltar ou ter qualquer outro problema é de 0,01% de chance. Claro, como apareceu o tumor em 11 meses, entre os exames feitos no Minas e os que fiz na seleção, acho que é normal que fique um pouco apreensiva. Mas, tenho certeza e os médicos dizem que é quase impossível aparecer novamente.

– Você ainda precisa de algum cuidado específico? Faz exames periódicos no coração?

Fiz exames toda semana depois da cirurgia até completar três meses. Depois fiz a cada um mês até completar seis meses da cirurgia. Provavelmente, vou fazer quando completar um ano e a cada seis meses por controle. Não custar manter um cuidado em algo tão delicado.

– Sua condição física também já voltou a ser a mesma de antes?

Sim. Minha condição voltou ao normal hoje em dia. Demorou um pouco mais que o normal por causa da cirurgia agressiva. Mesmo não sendo tão evasiva, os medicamentos afetam muito. E também nos primeiros meses não pude subir a frequência cardíaca, então quando eram trabalhos aeróbicos eu não podia fazer com tanta intensidade. Mas hoje está tudo muito tranquilo. Estou com vida normal.

– Com um grupo muito forte mais uma vez, o Minas está brigando pelo segundo título consecutivo. Na sua opinião, qual é o mais obstáculo na busca por esse título?

O Itambé/Minas montou, sim, um time forte com peças importantes do cenário brasileiro e fora do Brasil. Não vejo um obstáculo para conseguir o segundo título consecutivo. Temos um time forte, saudável, uma equipe unida, treinamos muito forte e evoluímos a cada semana, a cada jogo. Estamos todas muito focadas nos objetivos traçados no início da temporada e vamos dar nosso melhor para chegar em mais uma final.

– A chegada do novo treinador foi absorvida pelo grupo? Vocês já estão completamente adequadas a essa nova comissão técnica?

Sim. Temos jogadoras muito experientes que passaram por muitos e ótimos técnicos. Isso ajuda muito e a mudança é sempre uma questão de tempo. É preciso nos adaptarmos com o tipo de treinos e jogos que o técnico tem como filosofia. Nos adaptamos rápido as trocas e a nova comissão técnica.

– Pessoalmente, o que você acha que falta ainda na sua carreira? Voltar a seleção brasileira é um objetivo?

Sim, voltar à seleção é um objetivo, sem dúvida. Mas, penso principalmente em ajudar minha equipe a conquistar tudo que puder. Sei que a seleção será sempre a consequência disso. Deixo tudo nas mãos de Deus, como sempre.

– Depois de passar por um susto daquele e voltar a jogar em alto nível muito rapidamente, você é uma pessoa completamente feliz atualmente?

Como não ser agradecida e feliz depois de um susto desses? Tive o apoio do Minas, de todos que oraram por mim e, acima de tudo, com Deus estava no comando de tudo. Às vezes reclamamos de coisas pequenas e não agradecemos as oportunidades da vida. E eu agradeço todos os dias por essa vitória. Estou muito feliz por poder fazer aquilo que eu amo.

O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro