pATROCINADOR OFICIAL

Aos 45 anos, Arlene segue motivada e com objetivos definidos

exemplo em quadra

4 de fevereiro de 2015

O nome da líbero Arlene Xavier se confunde com a história da Superliga feminina. Com uma carreira marcada por títulos e momentos inesquecíveis, a jogadora participou de todas as edições da competição. Aos 45 anos, a atleta desafia os limites do esporte e segue em quadra pelo São José dos Campos (SP) ao lado de meninas que têm metade da sua idade. O amor pelo voleibol continua o mesmo do início da carreira e a vontade de estar em quadra só aumenta.

Ao falar sobre o momento atual, Arlene deixa claro que vê a idade apenas como um número. Dona de três títulos da Superliga, um com o Flamengo (RJ) e dois pelo Finasa/Osasco (SP), a jogadora segue na busca por vitórias com o jovem time do Vale do Paraíba (SP).

“Fazemos um trabalho legal aqui em São José. Sabemos que temos um time jovem, mas isso não é desculpa para os resultados. O grupo vem evoluindo aos poucos e as vitórias vão aparecer no futuro. Estou feliz e com muita vontade de estar em quadra”, afirmou Arlene.

A carreira dessa mineira de Contagem começou tarde para o voleibol. Aos 18 anos, na disputa de um campeonato amador, chamou a atenção do ex-jogador da seleção brasileira masculina de vôlei, Gilson Mão de Pilão, e recebeu o convite para treinar em um clube do interior de Minas. Destaque no campeonato regional, passou por clubes pouco conhecidos até chegar ao tradicional Minas Tênis Clube, onde teve a chance de treinar e jogar ao lado de grandes nomes do voleibol brasileiro como as atacantes Ana Paula, Hilma e Leila.

“Lembro da primeira vez que cheguei no Minas Tênis Clube para treinar. Foi a realização de um sonho e demorou um pouco para me acostumar a conviver com todas aquelas jogadoras de renome. A Leila me apoiou muito desde o início e se tornou uma grande amiga”, disse Arlene.

Um dos títulos mais marcantes da jogadora aconteceu na temporada 00/01 pelo Flamengo (RJ). A equipe rubro-negra foi campeã na quarta partida da série final no Maracanãzinho lotado contra o tradicional Vasco da Gama (RJ), no Rio de Janeiro (RJ). Arlene ainda jogava como central e teve que superar, durante a temporada, o atraso de salários e a morte do pai.

“Foi meu primeiro título da Superliga. Por isso, considero até hoje o mais especial. Teve toda a rivalidade com o Vasco, o atraso de salários e para mim foi ainda mais marcante porque tinha perdido o meu pai. Eu acredito que quando uma coisa muito ruim acontece, Deus nos favorece de outra forma. Tinha certeza que íamos vencer e foi muito legal como tudo aconteceu. A Leila e a Virna me apoiaram bastante e foram fundamentais naquele ano”, relembrou Arlene.

Mudança para líbero

Um momento na carreira da experiente jogadora foi fundamental. Aos 32 anos, quando atuava no Finasa/Osasco (SP), foi convidada pelo treinador José Roberto Guimarães para mudar de posição e passar a jogar como líbero. A adaptação foi rápida e, em um ano, Arlene chegava pela primeira vez à seleção adulta.

“Tenho que agradecer ao Zé Roberto pela oportunidade. Pelo meu tamanho (1,77m), não teria muita chance no voleibol se continuasse atacando. Aconteceu tudo rápido, acabei jogando bem na Superliga e fui chamada para a seleção. Foi um período muito especial na minha vida, do qual tenho muito orgulho”, garantiu Arlene.

Entre as conquistas com a seleção, dois títulos do Grand Prix, um ouro no Sul-Americano e uma prata na Copa do Mundo, onde foi eleita a melhor líbero da competição. A jogadora ainda realizou um dos seus maiores sonhos e disputou os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

“Disputar uma Olímpiada foi uma realização como atleta. Aquela semifinal contra a Rússia, que perdemos depois de estarmos vencendo por 24/19, ficou marcada. Por muito tempo, fiquei com isso na minha cabeça tentando entender o que tinha acontecido, mas hoje vejo que não foi culpa de ninguém. Quatro anos depois, o Brasil foi campeão olímpico em Pequim e posso dizer que aquela conquista lavou a minha alma”, afirmou Arlene.

A idade é somente um número para essa atleta de 45 anos. Sem uma lesão séria ao longo da carreira, bem fisicamente e ainda jogando em alto nível, Arlene garante que a vontade de entrar em quadra continua a mesma do início no esporte. Resta ao fã do voleibol aproveitar as oportunidades e assistir uma das grandes líberos do Brasil em ação na Superliga 14/15.

O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do vôlei brasileiro