A maioria dos filhos que segue a mesma profissão do pai tenta, ao máximo, fugir de uma quase inevitável comparação. No caso de Stephany não é diferente. Sua carreira tomou o mesmo rumo e foi para as quadras, assim como o pai, William Carvalho, levantador medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles/84. Depois de atuar também como levantadora no início da carreira, Teny, como é conhecida, se tornou líbero e, atualmente, brilha na Superliga feminina de vôlei 14/15, sendo a melhor jogadora de recepção.
Aos 29 anos, Teny defende o São Bernardo Vôlei (SP) e trabalha, diariamente, ao lado do pai, que é assistente técnico no time do ABC Paulista. O fato não é novidade, já que eles trabalharam juntos em outras oportunidades, como no extinto Vôlei Futuro. Por isso, a jogadora afirma estar acostumada com o convívio tão intenso e delicado.
“Nossa preocupação em separar o lado pai/filha e técnico/atleta sempre foi tão grande que, antes, ficávamos até sem tanta proximidade dentro de casa. Mas, já amadurecemos mais e estamos sabendo lidar melhor com isso. Agora está mais tranquilo”, disse Teny, que garante que a mudança de posição não esteve relacionada com o fato de ser filha de um dos maiores ícones da posição.
“O meu pai nunca me pressionou para jogar vôlei, nem para ser levantadora. Pela minha altura (1m68) e facilidade nos fundamentos e, claro, por gostar da posição, optei por levantar, mas, quando surgiu a oportunidade de mudar para líbero, ele me deu a maior força pensando no meu futuro, já que sou considerada baixa para o vôlei”, contou Teny.
Se não foi para evitar a comparação indesejada, a mudança possibilitou que isso diminuísse. E a líbero comemora o fato de não precisar ouvir certas cobranças.
“Eu não curto muito essa comparação, até porque eu não sou nada perto do que ele foi. Procuro fazer sempre o meu trabalho da melhor maneira possível e treinar muito para evitar que o fato de ser filha do técnico, ou do assistente técnico, se torne uma justificativa para eu estar em quadra. No começo da minha carreira foi bem mais difícil. Hoje, tento levar isso de uma maneira mais suave”, garantiu Teny.
E é dessa forma, se doando intensamente ao vôlei, que ela espera colaborar no crescimento do São Bernardo Vôlei. Atualmente, o time é o 10º colocado na tabela, após quatro resultados negativos em quatro jogos. Segundo a líbero, a perspectiva é de melhora.
“A paixão pelo vôlei veio no sangue, sem a menor dúvida. E não só pelo vôlei, como pelo esporte de um modo geral. Em casa, estamos sempre vendo ou falando de esporte. E tento transferir isso para as quadras. Essa temporada será de muito treino para o nosso time, pois precisamos evoluir em vários aspectos. Já é visível um crescimento em todos os fundamentos, mas ainda temos e vamos melhorar”, concluiu Teny.
A próxima oportunidade de mostrar esse crescimento será na quarta-feira (26.11), quando o São Bernardo Vôlei jogará em casa, no Adib Moysés Dib, contra o Molico/Nestlé (SP). A partida vai acontecer às 19h.
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do vôlei brasileiro