O destino às vezes prega peças difíceis de compreender. Depois de brilhar na primeira etapa da Liga das Nações, nos Estados Unidos, Ana Cristina se preparava para disputar a segunda, em Brasília. Após um movimento rotineiro de treino, a ponteira da seleção feminina viu tudo mudar. Uma lesão no menisco do joelho direito e uma cirurgia delicada. Mas desanimar não era uma opção para a jovem de 19 anos. Ana Cristina levantou a cabeça e encarou. Dois meses depois, ela reencontrou as companheiras de seleção brasileira. Ainda não dentro de quadra, mas em um cenário bem conhecido: o Centro de Treinamento da CBV, em Saquarema, onde realiza mais uma etapa de sua recuperação.
“Recebi o convite da CBV com muito entusiasmo, pois conheço a estrutura do Centro de Saquarema. Tenho fisioterapia e academia à disposição, é justamente o que eu preciso. Fazemos tudo dentro de uma rotina planejada, e com o acompanhamento da comissão técnica da seleção feminina”, conta Ana Cristina, que ficou sete semanas sem colocar o pé no chão, mas hoje já caminha normalmente. “Estou no momento mais importante da recuperação, que é a fase de transição. Voltei a andar há pouco mais de uma semana. É o momento de fortalecer a musculatura, voltar a me exercitar e recuperar a massa muscular que perdi após a cirurgia. Ainda tenho um caminho até dar início aos treinamentos em quadra. É um processo lento, mas é importante fazer cada etapa da recuperação com todo o cuidado”.
A seleção feminina está na reta final da preparação para o Campeonato Sul-Americano, que começa no sábado, em Recife. Viver o dia a dia das companheiras de equipe é motivação extra para Ana Cristina. “Nenhum atleta espera uma lesão. Ter apoio emocional e físico é muito importante nesse momento. Eu me sinto em casa em Saquarema. As meninas têm ajudado muito. A recuperação de uma lesão é sempre um processo de paciência e ter o suporte que estou tendo mostra que existe preocupação real com o meu futuro”, diz a jogadora, que faz reforço muscular e fisioterapia duas vezes por dia.
Para o técnico José Roberto Guimarães, a presença de Ana Cristina é importante para o grupo. “É muito legal para todos nós, todo mundo se preocupa com ela. Desde a cirurgia, mandamos mensagens, perguntamos sobre ela e conversamos com o Fernandinho (fisioterapeuta) e com o Nardelli (médico) para saber como ela está. Então é uma alegria poder vê-la aqui, com essa carinha feliz, com uma esperança muito grande no tratamento e na melhora”, comemora o treinador.
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