Inspirados em joia do vôlei de praia, seleção sergipana tenta seguir na elite do CBS

Efeito Duda

14 de março de 2017

Matheu (7), Ygor (4) e Jorge (6) se inspiraram na conterrânea Duda

(Daniel Zappe/MPIX/CBV)

O papel do ídolo é fundamental na identificação do público com uma modalidade, e ainda mais no incentivo à formação de jovens talentos. Agora, se este ídolo for amigo de infância ou colega de escola a motivação é potencializada. Este é o caso de Ygor, Matheus e Jorge, atletas da seleção Sub-20 masculina de Sergipe, que disputa nesta semana o Campeonato Brasileiro de Seleções (CBS) da Divisão Especial da categoria. Eles são conterrâneos de Eduarda Lisboa, a Duda, joia do vôlei de praia brasileiro, que já tem um vasto currículo de títulos na carreira com apenas 18 anos.

Natural de São Cristóvão (SE) Matheus Filipe Nascimento Silva Santos, de 17 anos, ainda divide o tempo livre entre os treinos no ginásio e na areia. O ponteiro da seleção sergipana tem algumas características parecidas com a amiga de infância: a timidez ao dar entrevistas. Mesmo um pouco encabulado, ele contou que deu os primeiros passos no esporte justamente no centro de treinamentos comandado pela ex-atleta Cida, mãe de Duda, e que treinou a filha até o final de 2016, responsável pelos principais títulos da jovem.

“Eu gostava de ver na televisão, então fui procurar. Eu comecei a treinar no CT da Cida quando eu tinha sete anos. Era uma das únicas opções para praticar esportes em São Cristóvão. Conheço a Duda desde aquela época. Gosto muito de jogar vôlei de praia, mas ainda não decidi se sigo nas areias ou na quadra”, disse Matheus. Apesar da disputa do CBS, Matheus segue competindo na praia e, no último mês de fevereiro ficou na quarta posição da primeira etapa do Circuito Banco do Brasil Sub-21, realizada em Maceió (AL).

Outro que conhece bem a principal atleta sergipana do voleibol atual é o ponteiro Ygor dos Santos. O jogador, que também faz graduação em Direito, estudou com Duda no primeiro ano do ensino médio no Instituto Dom Fernando Gomes, em Aracaju. Ele já passou alguns períodos treinando em São Cristóvão e se diz motivado em jogar a competição no Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ).

“Eu estudei com ela no primeiro ano e foi algumas vezes no centro de treinamento em São Cristóvão. A Duda evoluiu muito e muito rápido, tornou-se um exemplo para todos nós. Eu sempre gostei de jogar vôlei na quadra e estamos juntos desde dezembro treinando. Ver que alguém saiu de Sergipe e conquistou títulos importantes pelo mundo é uma grande motivação”, contou Ygor.

Mais um representante do estado nordestino na competição é o levantador Jorge Alfredo Santos, de 17 anos. Para ele a referência de Duda aumentou a autoestima dos jogadores que rodam o país vestindo as cores de Sergipe.

“Com a ascensão de Duda no voleibol, nós do Sergipe chegamos nas competições mais confiantes. Antes ninguém achava que lá poderia ter vôlei de qualidade. Ficávamos mais tímidos. Hoje isso mudou”

A seleção sergipana conseguiu a vaga na Divisão Especial com a prata na Primeira Divisão em 2016, e está no Grupo A ao lado de Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na estreia, nesta segunda-feira (13.03), os sergipanos sofreram o revés para o Rio de Janeiro por 3×0. A próxima partida acontece nesta terça-feira (14.03), contra o time gaúcho. A equipe de Sergipe é formada por 10 atletas, sete de Aracaju e três de São Cristóvão.

O CBS Sub-20 masculino da Divisão Especial conta com oito equipes na disputa, divididos em dois grupos de quatro times cada. As equipes jogam entre si dentro dos grupos e os dois melhores avançam para as semifinais. O sexto, o sétimo e o oitavo colocados serão rebaixados para a Primeira Divisão em 2018.

O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro