Competição testa súmula eletrônica de voleibol

Laboratório

15 de março de 2017

Súmula eletrônica testada no CBS Sub-20 masculino Divisão Especial

(Divulgação/CBV)

O papel da tecnologia no esporte de alto rendimento aumenta a cada ano. Seja no auxílio na preparação dos atletas com dados fisiológicos de cada indivíduo, seja na qualidade das transmissões de TV ou via web, passando, inclusive pela regra do jogo, como os desafios de imagens do tênis e outras modalidades. Esta relação tem como objetivo a melhoria da prática e a mitigação de erros. E foi pensando nisso que a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) utiliza o Campeonato Brasileiro de Seleções (CBS) da Divisão Especial Sub-20 masculina, que está em andamento e termina na sexta-feira (17.03), em Saquarema (RJ), como laboratório para agregar a súmula eletrônica às competições realizadas pela entidade.

O sistema escolhido é a websúmula, desenvolvida pela empresa mineira Scouteam, uma das pioneiras nesta área no país. A companhia trabalha atualmente com plataformas para futebol, basquete, handebol, futsal, voleibol, vôlei de praia e vôlei sentado, e tem sua primeira oportunidade de trabalho junto à CBV. Eugênio Anastasia, diretor da Scouteam e um dos criadores do sistema, conta que a ideia surgiu como forma de incrementar a gestão esportiva.

"Notei uma carência grande na gestão do esporte. Queríamos desenvolver um sistema que fosse uma ferramenta para a gestão esportiva, e percebemos que a súmula é o documento mãe da administração esportiva. Então partimos deste princípio para montar o sistema", explicou Eugênio, que se aproximou do voleibol por meio da Federação Mineira e tem a Confederação Sul-Americana de Voleibol como cliente há um ano.

O CBS foi escolhido como laboratório por proporcionar uma grande quantidade de jogos em um curto período de tempo, o que dá mais material para análise. O presidente do Comitê Brasileiro de Árbitros de Voleibol (COBRAV), Carlos Rios, é a favor da iniciativa.

"Nós não estamos medindo esforços para atendermos às necessidades do voleibol de trazer cada vez mais tecnologia para o processo e mitigar os erros humanos. Há um estudo em andamento de um produto brasileiro para o desafio, e também queremos outras opções de tecnologia como é o caso da súmula eletrônica. A versão de papel permite mais erros, enquanto a eletrônica evita isso, pois foi criada à luz da regra e do regulamento de cada competição. O CBS tem uma sequência significativa de partidas para podermos ter uma avaliação mais completa", disse Carlos Rios, que ainda lembrou que a Federação Internacional de Voleibol (FIVB) também já lançou mão do recurso eletrônico.

Outros aspectos a serem levados em consideração na hora de substituir a súmula de papel pela versão eletrônica são a praticidade, a diminuição de despesas e a transparência na informação. Eugênio Anastasia comenta que a súmula virtual dá mais transparência ao processo

"Uma das vantagens é transformar a súmula em um documento público. Além disso, ela diminui os custos com papel, com o trâmite burocrático envolvido na digitalização, e na operação, pois apenas uma pessoa por partida é suficiente para o preenchimento dela. Há ainda a possibilidade de acompanhamento em tempo real da partida pela súmula, uma forma a mais de "assistir" ao jogo", completou Anastasia.

Do ponto de vista prático os profissionais envolvidos nos jogos também têm muito a ganhar. Fabrício Feliciano, coordenador de arbitragem do CBS Sub-20 masculino Divisão Especial, fez uso da súmula eletrônica no primeiro dia de competição e aprovou o resultado.

"A experiência que tivemos até agora é bem positiva. A súmula eletrônica é um avanço para o trabalho da arbitragem, pois diminuirá a quantidade dos erros humanos. E facilita o processo, pois é muito prática, não há a necessidade de "fechar" a súmula ao fim de cada partida. Todos estes aspectos facilitarão o nosso trabalho, especialmente em competições como o CBS com grande quantidade de partidas. Outra questão é a credibilidade que isso traz, e quanto mais a CBV e a COBRAV investirem em tecnologia, mais segurança e credibilidade teremos em nosso esporte", disse Fabrício.

Após o término do CBS, a CBV fará a avaliação da performance do sistema para avaliar as possibilidades de sua implantação. Mas já é possível afirmar que no voleibol a tendência é que cada vez mais o esporte e a tecnologia andem lado a lado.

O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro