O Brasil é considerado um dos maiores expoentes quando o assunto é levantador. A seleção brasileira sempre contou com grandes atletas nesta posição e se tornou referência através das mãos de William, Maurício, Ricardinho, Marcelinho, entre tantos outros. A responsabilidade foi inevitável a cada geração e chegou a Bruninho e William, levantadores que se preparam para a importante missão de disputar o Campeonato Mundial. E também já se aproxima de Thiaguinho e Carísio, do grupo que estará na busca pelo título da Copa Pan-Americana.
A convivência dentro do Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ), colabora e muito para o desenvolvimento de todos – inclusive dos mais experientes. O campeão olímpico Bruninho procura estar atento aos treinos dos mais jovens e faz questão de destacar as qualidades dos dois levantadores.
“Já conhecia bem o Thiaguinho, que jogou três temporadas de titular da Superliga. É um jogador que tem um toque muito bom, preciso, joga rápido, bem a caraterística do levantador brasileiro. É jovem ainda e, claro, vai crescer e melhorar cada vez mais. O Carísio é um garoto que tem muita saúde, com porte físico privilegiado, que salta e que tem tudo para seguir bem na carreira. Ele já treinou com a gente e é um bom jogador. Gostei do que vi, é um garoto que escuta bastante e tem tudo para continuar bem nesse caminho”, disse Bruninho, de 32 anos.
O capitão da seleção brasileira ainda falou sobre seu convívio diário com William. “Existe uma disputa saudável. Afinal, quem está aqui quer sempre jogar e isso faz parte do atleta. Mas, nós temos uma convivência de muitos anos e acho que principalmente os jogadores que estiveram nos Jogos Olímpicos de 2016 criaram uma cumplicidade que é até difícil de explicar. Então, estamos nos ajudando sempre, tentando fazer com que os dois cresçam, sempre se puxando, e o mais importante é a nossa amizade e a busca pelo melhor para a seleção”, disse Bruninho.
Aos 39 anos, o também campeão olímpico William destaca justamente este mesmo momento de glória citado pelo capitão.
“Nossa convivência é muito legal. Vivemos bastante coisa juntos e a Olimpíada foi, sem dúvida, a coroação, a maior alegria. Trocamos muitas informações e não há rivalidade ou necessidade de disputar uma posição. Entendemos a qualidade de cada um e o que cada um tem para dar a equipe. Procuramos trabalhar da melhor maneira possível para os nossos atacantes estejam cômodos, seja com ele ou comigo na quadra. Temos uma sintonia muito boa”, disse William.
Os dois estarão juntos no Campeonato Mundial que vai acontecer na Bulgária e na Itália entre os dias 9 e 30 de setembro. O Brasil estreia no dia 12, contra o Egito.
Funcionando como uma extensão da seleção principal, a equipe que conta com jogadores mais jovens se prepara para a Copa Pan-Americana, no México, que vai ser um pouco antes: de 26 de agosto a 3 de setembro. Prestes a completar 25 anos, Thiaguinho garante que a troca com Carísio, de 22, vem sendo extremamente saudável.
“Já tinha jogado contra, mas não conhecia o Carísio pessoalmente, e assim que cheguei aqui já me dei muito bem com ele. Virou um amigo e trocamos ideias em todos os treinos. Estamos bem abertos a dar palpites um ao outro, trocamos informações, conversamos bastante e estou gostando muito dele como atleta. É um levantador um pouco mais agressivo, muito habilidoso e que tem um alcance acima da média, além de ter um saque viagem muito bom. Nos completamos dentro de quadra. Eu, como mais experiencia de jogo, tento ajudar nesse aspecto. Espero aprender muito com ele e poder passar um pouco do que vivi para evoluirmos juntos. O Brasil só teve craques nessa posição e espero que estejamos à altura”, comentou Thiago.
Na preparação para a Copa Pan-Americana, os dois jovens levantadores têm aproveitado cada treinamento para evoluir e contribuir ainda mais com a seleção brasileira.
“Meu convívio com o Thiaguinho foi uma surpresa muito boa. Ele é da geração acima e só nos conhecíamos através de contato nos jogos. Aqui na seleção construímos uma relação muito positiva, com muitas conversas construtivas, troca de ideias, estamos sempre falando sobre como estamos indo, e se um viu algo que o outro fez. A característica dele é de um levantador que joga mais veloz, habilidoso, eu sou um levantador um pouco mais agressivo, e essa troca está sendo algo muito agregador”, concluiu Carísio.
E trabalho em conjunto entre as seleções principal e de novos não vem sendo alinhado apenas entre os levantadores. Os técnicos Renan e Giovane Gávio e suas comissões estão sempre reunidas no intuito de desenvolver um trabalho uniforme.
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do vôlei brasileiro