Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 20.08.2018
Campeãs no último domingo (19.08) do World Tour Finals, etapa mais importante do ano no vôlei de praia mundial, Ágatha e Duda (PR/SE) tiveram mais motivos para comemorar nesta segunda-feira (20.08). A Federação Internacional de Voleibol (FIVB) também confirmou para a dupla o título do Circuito Mundial 2018, que soma pontos de todos os torneios realizados no ano. De quebra, a sergipana Duda quebrou um recorde que durava 23 temporadas.
Duda, de 20 anos recém-completados em agosto, tornou-se a atleta mais jovem a vencer o tour do vôlei de praia. O recorde até então era da campeã olímpica Sandra Pires, que em 1995 conquistou o tour com 21 anos. A competição, no naipe feminino, acontece desde 1992. Duda celebrou a marca, mas destacou a importância do triunfo em equipe.
“Fico feliz por essa marca, é uma honra enorme, mas a maior alegria é pela conquista em grupo. Isso é tão especial. Acho que todo jovem que começa a jogar vôlei de praia sonha com um título como esse. Ágatha e eu conseguimos isso graças ao esforço da nossa comissão técnica, dos profissionais que trabalham conosco. Só tenho que valorizar o trabalho dessas pessoas, agradecer. Trabalho e o companheirismo talvez sejam as palavras que resumem essa conquista. A gente recorda os treinamentos intensos, as dores e notamos quanto foi difícil para chegar lá, mas quão gratificante também é ter as metas alcançadas”, declarou.
Ágatha e Duda disputaram 10 torneios no Circuito Mundial 2018, tendo conquistado um ouro (Itapema, Brasil), uma prata (Moscou, Rússia) e um bronze (Varsóvia, Polônia), além de outras duas semifinais. Regularidade que fez com que as brasileiras atingissem 5.480 pontos, 40 acima das tchecas Hermannova e Slukova. O World Tour Finals, vencido no domingo, não conta pontos ao ranking por ter em disputa apenas as ‘top 10’ da temporada.
A medalhista olímpica Ágatha celebrou a conquista e também lembrou-se das dificuldades no caminho, inclusive com mudança na comissão técnica durante o meio da temporada.
“De fora, muitos podem pensar que foi um ano perfeito. E não acho que foi um ano perfeito, ao contrário, foi um ano de muitas dificuldades. Uma delas foi a mudança de técnico, que é uma figura importantíssima num grupo. Trocar essa liderança não é simples, pela profissional que é a Letícia (Pessoa) e por tudo que vivemos com ela, foi bastante difícil. Mas a chegada do Marco Char também foi um momento de alegria, uma injeção de gás em nossa dupla, de nos unirmos ainda mais pelos objetivos traçados”, disse Ágatha, que completou.
“Tivemos muitas ‘pedrinhas’, obstáculos. E encerrar o ano como a dupla número um do mundo é motivo de bastante comemoração, agradecimento pelo aprendizado. Essa diferença de 40 pontos mostra o alto nível do Circuito Mundial. Estamos felizes com o resultado, mas sabemos que podemos ir mais longe, ainda temos uma margem de crescimento, de melhora como dupla. E essa sensação é maravilhosa”.
Se Duda conquista seu primeiro título do Circuito Mundial na carreira, Ágatha se torna bicampeã, pois já havia vencido em 2015, ao lado de Bárbara Seixas. A paranaense comentou a diferença das duas conquistas, da posição de ‘referência’ e destacou seguidamente a participação da comissão técnica, familiares, patrocinadores e apoiadores no título.
“Vencer algo deste tamanho só é possível com um trabalho conjunto, com apoio de uma comissão técnica excelente, da família, dos nossos patrocinadores, do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). É para mim, especialmente, é um momento bastante diferente do qual eu vivi no primeiro título, com a Bárbara, em 2015. Olho para dentro e acredito que estou conseguindo me reinventar, evoluir como atleta. Entendendo meu papel dentro da equipe, de ser mais experiente, de ajudar a Duda. Claro que temos os momentos de dificuldade, tudo isso é natural. Mas nunca existiu dúvida em nosso time, no projeto. É um momento recompensador. Ver que essa dedicação que dei e recebi, junto da Duda, deu resultado logo em nosso segundo ano, é motivo de muita alegria”.
A terceira posição do ranking geral do naipe feminino também ficou com o Brasil, com Carolina Solberg e Maria Elisa (RJ), que somaram 5.120 pontos. Fernanda Berti e Bárbara Seixas (RJ) também encerraram no ‘top 10’, em oitavo, com 4.840 pontos.
O próximo desafio das campeãs acontece em setembro, quando começa a temporada 2018/2019 do Circuito Brasileiro Open de vôlei de praia, em Palmas (TO). Até lá, Duda e Ágatha terão um breve descanso, mas em seguida já retornam aos treinamentos.
Entre os homens, os noruegueses Mol e Sorum ficaram com o título, com 5.640 pontos, e os holandeses Brouwer/Meeuwsen em segundo, com 5.560 pontos.
BRASIL NO CIRCUITO MUNDIAL 2018:
Etapa de Haia – Holanda (4 estrelas)
Maria Elisa/Carol Solberg – prata
Etapa de Fort Lauderdale – EUA (5 estrelas)
Fernanda Berti/Bárbara Seixas – ouro
Carol Horta/Taiana – prata
Etapa de Xiamen – China (4 estrelas)
Alison/Bruno Schmidt – bronze
Etapa de Huntington Beach – EUA (4 estrelas)
Fernanda Berti/Bárbara Seixas – ouro
Maria Elisa/Carol Solberg – prata
Evandro/André Stein – prata
Etapa de Itapema – Brasil (4 estrelas)
Ágatha/Duda – ouro
Evandro/André Stein – ouro
Etapa de Miguel Pereira – Brasil (1 estrela)
Vinícius/Luciano – ouro
Bernat/Harley – prata
Ramon Gomes/Álvaro Andrade – bronze
Aline/Diana – prata
Tainá/Victoria – bronze
Etapa de Nantong – China (2 estrelas)
Josi/Lili – ouro
Etapa de Nanquim – China (2 estrelas)
Josi/Lili – ouro
Etapa de Manavat – Turquia (1 estrela)
Oscar/Luciano – ouro
Etapa de Varsóvia – Polônia (4 estrelas)
Evandro/Vitor Felipe – prata
Ágatha/Duda -bronze
Etapa de Espinho – Portugal (4 estrelas)
Ricardo/Guto – prata
Maria Elisa/Carol Solberg – prata
Etapa de Haiyang – China (3 estrelas)
Thiago/George – prata
Etapa de Viena – Áustria (5 estrelas)
Fernanda Berti/Bárbara Seixas – prata
Etapa de Moscou – Rússia (4 estrelas)
Ágatha/Duda – prata
Alison/André Stein – prata
Etapa de Hamburgo – Alemanha (World Tour Finals)
Ágatha/Duda – ouro
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro