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Debate sobre ações táticas movimenta a noite desta quinta-feira na Academia do Voleibol

Aprendizado virtual

6 de agosto de 2020

Leandro Dutra foi o palestrante desta quinta-feira

(Divulgação)

Mais uma semana de aprendizado na Academia de Voleibol foi concluída na noite desta quinta-feira (06.08). A iniciativa da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), que promove o conhecimento científico da modalidade durante a pandemia da COVID-19 por meio de encontros virtuais, trouxe, na 27ª edição, o debate sobre “qual complexo determina vitória no jogo de voleibol”, com a apresentação feita pelo professor Leandro Dutra.

 O seminário, que sempre é realizado por meio da plataforma Webex, contou desta vez com a participação de 134 profissionais em todo o país, entre eles técnicos com passagens por clubes da Superliga como Marcelo Fronckowiak, Sérgio Negrão e Antônio Rizola.

Leandro Dutra, que é doutorando pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), participa de projeto de internacionalização da formação acadêmica e passa um período na Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, onde desenvolve a pesquisa apresentada nesta quinta-feira.

“Eu tive acesso a um grande banco de dados aqui na Universidade de Nebraska que me permitiu a pesquisa para este trabalho. Eu fico muito feliz de participar deste projeto. Eu tenho acompanhado desde o início esta iniciativa da CBV, e acho muito importante essa troca de experiências”, comentou Leandro logo na abertura da apresentação.

O objetivo da pesquisa de Leandro Dutra é levantar o fator determinante para a vitória em uma partida de voleibol. Nele, o treinador destaca dois processos fundamentais na dinâmica da modalidade: o KI, ou transição um, que é a relação entre a recepção, o levantamento e o ataque, também chamado de virada de bola ou side-out; e o KII, ou transição dois, que é a relação entre o bloqueio, a defesa e contra-ataque.

Em sua análise, Leandro levantou os dados do campeonato Sul-Americano sub-21 masculino de 2002 e da temporada 2019 da liga universitária de voleibol feminino nos Estados Unidos. No primeiro torneio foram analisados 50 sets, enquanto no segundo foram 117. Em ambas as situações o resultado foi semelhante: os times com maior eficiência na transição um venceram na maior parte das ocasiões – 96% no masculino e 84% no feminino.

“Nós analisamos os sets e os jogos e aplicamos o modelo de regressão logística para predizermos a vitória em uma partida de voleibol, e chegamos à conclusão de que a transição um é mais consistente, ou seja, uma virada de bola mais regular é um fator chave para vencer um jogo. Aquelas equipes que conseguirem manter ao longo do jogo uma maior eficiência nesta transição um terão maior possibilidade de vencer”, avaliou Leandro.

Após finalizada a explanação, Leandro respondeu algumas perguntas dos demais participantes do seminário, e sanou dúvidas levantadas pelos colegas.

No encerramento da noite, o diretor executivo da CBV, Radamés Lattari, endereçou agradecimentos aos presentes e convidou aqueles interessados em participar mais ativamente da Academia do Voleibol a fazê-lo.

“O nosso objetivo aqui é deixar as portas abertas para a troca de conhecimento, ajudar na evolução do voleibol brasileiro. Todos aqui fazem parte da história de nossa modalidade e têm papel importante nela. Por isso, agradeço a presença de todos, e fiquem convidados a participarem como palestrante. Quem tiver o interesse em apresentar algum estudo pode nos procurar que providenciaremos a apresentação”, completou Radamés.

A Academia do Voleibol já proporcionou outras 26 reuniões virtuais com temas variados sobre vôlei de praia, vôlei de quadra e Comissão Nacional de Treinadores (Conat). O conteúdo posteriormente também fica disponibilizado no YouTube da CBV.

O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro