CBV transforma bolha do vôlei de praia em case de sucesso

Na casa do vôlei

21 de dezembro de 2020

CDV, em Saquarema

(Wander Roberto/Inovafoto/CBV)

Os números impressionam. Mas, o que mais chama atenção em um balanço geral das cinco etapas do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia – realizadas ao longo de 10 semanas no Centro de Desenvolvimento de Voleibol (CDV), em Saquarema (RJ) – é mais do que algo que pode ser analisado friamente. O sucesso da iniciativa se deve muito mais ao planejamento, à organização e, acima de tudo, ao zelo com que tudo foi realizado.

Passado o pior estágio da pandemia de COVID-19, que parou o mundo, os profissionais da unidade de Vôlei de Praia da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) passaram a se reunir com a comissão médica liderada pelo Dr. João Olyntho para dar os primeiros passos na organização da retomada do voleibol brasileiro.

Superintendente do vôlei de praia da CBV, Virgílio Pires, liderou o trabalho pré-retomada junto a sua equipe – Pedro Paladino, Valder Mesquita, Geovanna Karla e Cássio Sousa – com todos os cuidados e caprichos que eram precisos em um momento tão delicado.

“Foram tomados todos os cuidados necessários. Durante esses seis meses em que ficamos afastados, após três meses retornamos ao trabalho presencial e começamos a pensar, a planejar qual seria o momento ideal para essa retomada. Tivemos reuniões periódicas com a comissão médica liderada pelo Dr. João Olyntho e com o departamento de vôlei de praia” contou.

Tudo recomeçou exatamente com a primeira etapa da temporada 2020/2021. Justamante com o objetivo de reduzir os riscos em função do coronavírus, a primeira decisão foi de que a competição aconteceria no sistema de bolha. O CDV, então, se tornou a casa do vôlei de praia do Brasil. Para ter acesso ao centro, era preciso apresentar um teste negativo de RT-PCR feito previamente e depois mais um de antígeno logo na chegada.

Depois, então, foi definido reduzir o número de participantes e, em conjunto, veio a definição de que as etapas seriam separadas por naipes para diminuir a quantidade de pessoas ao mesmo tempo dentro do centro de treinamento – por isso as cinco etapas aconteceram ao longo de 10 semanas.

A partir disto, foram semanas de planejamento, estudo, pesquisas e conversas para que tudo saísse da maneira mais segura possível. Os atletas voltaram a se preparar e a CBV chegou ao histórico dia 24 de setembro preparada para o enorme desafio que tinha pela frente. A primeira semana foi de sucesso, a segunda também, fechando a primeira etapa com o resultado mais do que positivo.

A segunda etapa chegou e a CBV alcançou o mesmo resultado. Na terceira, idem. Quarta também, e as duas últimas semanas do ano, que formaram a quinta etapa, acumularam números de fato impressionantes e um sentimento de gratidão que estava no ar no Centro de Desenvolvimento de Voleibol.

“Foi muito bom voltar a jogar depois de uma parada tão grande, de tantas incertezas e com um protocolo tão seguro. Queria parabenizar a CBV e a todos os envolvidos nesse processo de retomada, e dizer o quanto foi importante para nós, atletas, voltarmos a competir em um ano tão difícil”, disse Talita.

Outro nome consagrado do vôlei de praia, o campeão olímpico Alison também deixou seu agradecimento.

“Deu para perceber o carinho no olho de todos os funcionários, todas as pessoas que realizaram isso aqui e nós atletas, eu pelo menos, valorizo muito isso. É um trabalho árduo. Vimos quantos países tentaram e não conseguiram realizar essa volta e depois de tudo que passamos poder voltar me deixa muito feliz. Só posso agradecer”, disse Alison.

Tratamento especial aos casos positivos

Em meio a tantos dias de trabalho, houve, sim, casos positivos para COVID-19 nas cinco primeiras etapas da temporada: 10 atletas, quatro árbitros, um prestador de serviço e três funcionários da CBV. Todos os detectados tinham hospedagem, alimentação e cuidados médicos, com visitas diárias dos profissionais da saúde contratados pela CBV.

Foi dada a opção de voltar a sua casa apenas aqueles que moravam no Rio e poderiam utilizar seus próprios carros. Em outros casos, a Confederação disponibilizou uma ala da hotelaria do CDV, afastada do ambiente de convivência dos demais participantes do Circuito Brasileiro, e lá estas pessoas ficaram com todos os cuidados necessários no período previsto pelos médicos.

Números do Open:

– 5 etapas

– 10 semanas

– 376 duplas

– 479 jogos

– 134 árbitros

– 670 quartos ocupados

– 81 funcionários por etapa

– 10.242 refeições

– 5.405 uniformes

– 2.634 exames de COVID-19

– 420 horas dedicadas dos médicos

– 360 horas dedicadas do fisioterapeuta

– desconto nas passagens aéreas

– transporte interno

Campeões:

1ª etapa

Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE) e André/George (ES/PB)

2ª etapa

Ágatha/Duda (PR/SE) e Alison/Álvaro Filho (ES/PB)

3ª etapa

Ana Patrícia/Rebecca (MG/CE) e Alison/Álvaro Filho (ES/PB)

4ª etapa

Ágatha/Duda (PR/SE) e André/George (ES/PB)

5ª etapa

Ágatha/Duda (PR/SE) e Evandro/Bruno (RJ/DF)

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