Há 14 anos, a seleção brasileira disputou pela última vez o Campeonato Sul-Americano feminino em casa. Foi em Porto Alegre, em 2009, e o time de José Roberto Guimarães levantou a taça pela 16ª vez. Neste sábado (19/8), a competição retorna ao Brasil. Desta vez, em Recife. Entre as duas disputas, um elo em comum: a central Thaisa. Das jogadoras convocadas, é a única que estava no time de 2009. E 14 anos depois, está novamente, como um dos principais nomes da equipe que estreia contra o Chile, às 20h30, em um ginásio Geraldão absolutamente lotado. O sportv2 transmite o jogo ao vivo.
Muita coisa mudou em 14 anos. Thaisa que o diga. Em 2009, ela já tinha uma medalha de ouro olímpica. Agora são duas. Também somou ao currículo dois pódios em Campeonatos Mundiais – foi prata em 2010 e bronze em 2014. Mas o período não foi só de alegrias. Thaísa também precisou ser gigante fora da quadra quando uma grave lesão no joelho esquerdo a deixou fora da seleção por seis anos e exigiu força e perseverança constantes. Para ela, a maior diferença entre a Thaisa de 2009 e a Thaisa de 2023 é a maturidade.
“A maior diferença entre essas duas Thaisas é que hoje não tenho mais aquela ansiedade que a gente tem quando mais jovem. Consigo canalizar a energia para performar e ao mesmo tempo consigo ficar em paz para fazer o que precisa ser feito com a mente tranquila”, diz Thaisa.
Difícil imaginar tanta paz na Thaisa que cresce na rede diante das adversárias, que puxa a responsabilidade do jogo, que explode a cada ponto marcado. Do alto de seu 1,96m, ela mesmo acha graça no contraste: “É mesmo contraditório. Ao mesmo tempo que sou brava e meio louca dentro de quadra, eu tenho muita paz dentro de mim durante os jogos. Fico tranquila, com muita estabilidade. Jogar no Brasil é diferente. Ao mesmo tempo que recebemos um carinho enorme da torcida, a pressão também é grande. A gente sempre quer fazer mais. É preciso não se deixar levar por essa pressão”.
José Roberto Guimarães também comemora o fato de poder lutar por mais um título diante da torcida brasileira. “Foi importante ter trazido o Sul-Americano para Recife. Pernambuco é um estado que respira vôlei. Tem muita história. Vamos usar essa competição como preparação para o Pré-Olímpico, já que temos pela frente adversários que evoluíram. A Argentina foi campeã da Copa Pan-Americana, uma competição inédita para elas, e vêm com energia. A Colômbia também vem bem, e Peru e Chile têm melhorado. Nosso time tem que passar por dificuldades para identificarmos onde precisamos evoluir”.
O Sul-Americano reúne cinco equipes – Brasil, Colômbia, Argentina, Peru e Chile – e é disputado em pontos diretos, com as equipes jogando entre si. A seleção que conseguir o maior número de vitórias fica com o título.
O Brasil disputa a competição com as levantadoras Macris e Roberta, as opostas Kisy, Rosamaria e Tainara; as ponteiras Gabi, Maiara Basso, Pri Daroit e Julia Bergmann; as centrais Thaisa, Carol e Diana; e as líberos Nyeme e Natinha.
O Banco do Brasil é o patrocinador oficial do voleibol brasileiro
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